Há duas noites o Nicholas apresenta as temidas cólicas, geralmente começam às 21 horas e vão até a meia-noite. Depois de uma noite com dores, um soninho tranquilo...

Fomos hoje ao médico. Ele recomendou que continue com a medicação e o creme e pediu para voltarmos na sexta para revisão. Parece que nosso bebezinho está melhor sim, até dormiu muito bem na noite passada. A enfermeira pesou o Nicholas e ele já é um garotinho de 4,281 Kg, um pesinho para carregarmos.

Andamos sumidos porque apareceram umas bolinhas no rostinho do Nicholas que foram piorando e piorando. Levamos ao médico e ele está tomando medicamento (embora ele faça um escândalo para tomar) e parece estar melhor. Por outro lado ele parece estar maior e mais gordinho (o que nos deixa muito felizes). A roupinha do cachorrinho, que é a favorita da vovó, já não cabe mais e tiramos uma foto de despedida.

Já estou crescendo e posso fazer parte de passeios e encontros.

Que felicidade estar vivendo meu primeiro dia das mães, agora eu sei o verdadeiro significado desse dia, agora eu entendo minha mãe como nunca. Obrigada meu Deus por esse presente amado chamado Nicholas, que está fazendo toda a diferença. Obrigada aos meus amigos e familiares pelos recadinhos lindos e carinhosos que deixaram no mural e obrigada às pessoas que eu ainda não conheço mas que deixaram recadinhos também, que bom que temos algo tão precioso em comum. Parabéns a todas as minhas amigas mamães e aquelas que ainda não são, mas que em breve terão o imenso prazer de carregar no ventre o serzinho mais do que especial que muda toda a nossa vida. Obrigada a minha mãe, que tem me ajudado tanto com nosso "Pinguinho de Gente" e à vovó Diane, por todo amor.

A data prevista de nascimento do Nicholas era 26/04/2008. Uma semana antes eu já estava sentindo dores que os médicos denominam pródromos (aquelas que antecedem o parto). Eram contrações irregulares que vinham especialmente a noite mas que depois sumiam como se nada tivesse acontecido.
Na semana do dia 26 meu médico falou que acreditava que seria logo, porque o Nicholas estava baixo e que tudo caminhava muito bem para o parto ser normal e rápido. Dia 25/04 (na sexta que antecedeu o nascimento)eu tive consulta e ele se mostrou surpreso por não ter nascido ainda. Ele resolveu fazer o exame de toque e eu continuava com 3cm de dilatação eu acredito que ele tenha forçado um pouco o exame de toque ness dia porque doeu demais.
Nesse mesmo dia, 20:30, as contrações recomeçaram, mas como já tinha sentido antes, acreditava que era falso trabalho de parto mais uma vez. 21:30 as dores continuavam e começamos então a marcar. O Nelson me disse que estavam vindo de 12 em 12 minutos e eu sentia que piorava a cada uma. as 22:00 fui ao banheiro e ví sangue, nesse momento tive certeza que nosso amado bebezinho estava chegando e a mistura de alegria, excitação, medo do parto mas muita tranquilidade tomou conta do meu coração. Resolví então tomar um banho morno, o que me ajudou muito, mas deixou minha mãe e o Nelsinho ansiosos porque estava doidos para que eu fosse logo para o hospital. O hospital é aqui pertinho ( 5 minutos de casa).
Chegamos ao hospital às 22:45 e eu já sentia as dores bem fortezinhas. Me levaram então para a sala de triagem para terem certeza que eu estava em trabalho de parto. Chegando lá a enfermeira checou a dilatação e avisou que eu ainda estava com 3 cm, fiquei decepcionada mas confiante, sentia que a hora era aquela. O médico de plantão mandou que ela me desse um comprimido de ralaxante muscular, alegando que se fosse falso trabalho de parto as dores passariam. De nada adiantou, eu resolví caminhar pelo quarto com a ajuda da minha mãe e do Nelsinho, eu sentia que as dores eram mais toleráveis quando caminhava.
Duas horas se passaram e a enfermeira voltou para fazer o toque e disse que continuava 3 cm, para a minha tristeza absoluta, não me conformava com tanta dor e nada de dilatar mais. Ela então checou com o médico que mandou me dar uma injeção de algo que ía me fazer relaxar e a dilatação assim poderia progredir mais facilmente. Na realidade nem sei que injeção foi, mas sei que me fazia dormir e até sonhar entre os intervalos de cada contração, que foram diminuindo e se tornaram dores terríveis que vinham a cada 2 minutos. Essa hora já eram 5:00 da manhã e eu sem noção nenhuma de tempo, parece que estava em outro mundo. O Nelsinho então chamou a enfermeira e falou que eu estava sentindo dores insuportáveis. Eu lembro bem pedindo anestesia. A enfermeira veio então e checou a dilatação dizendo que eu estava com 4 cm e que já podia tomar a anestesia. Fiquei triste de saber que ainda estava com 4 mas feliz por saber que logo aquelas dores insuportáveis passaria (doce e ingênuo engano). Ela então me levou para a sala de pré-parto e o médico de plantão veio me checar. Depois do exame de toque, embora as dores já fossem quase alucinantes (espero que não esteja metendo medo em ninguém, mas assim sentia)percebí que o médico ficou surpreso e comentou com a enfermeira que eu estava com 8 cm e não com 4cm. Lembro bem que ao ouvir isso perguntei imediatamente sobre a anestesia e ele falou que não daria mais tempo. Nossa!!!!!Chorei como criança nessa hora, a dor e o medo me fizeram perder a fé de que poderia ter meu bebê "na raça e na coragem". Acho que o médico sentiu pena de mim aquela hora e disse que me daria algo que diminuiriam as dores, mas eu não sentí alivio. Poucos minutos depois comecei a sentir uma tremenda vontade de empurrar, uma sensação louca que nos faz empurrar com toda força o bebê pra fora. A enfermeria me mandou respirar de uma forma diferente porque ainda não estava com dilatação completa e poderia ser pior se eu fizesse força. Fiquei tentando segurar aquela força e eles me levando para a sala de parto com urgência. No meio do caminho falei para todos que sentia que o bebê estava saindo, mas ainda não era hora de empurrar. O Nelsinho e minha mãe nessa hora estavam numa ansiedade enorme coitados, pois acompanharam toda aquela dor e aflição por uma noite toda. Chegando na sala, o médico checou a dilatação e mandou que eu fizesse força.
Nunca vou esquecer desse momento, onde as dores eram alucinantes, minha mãe segurava minha perna direita e meu marido minha mão direita. O medo se misturava com aquela vontade louca de fazer força e com a voz do médico e da enfermeira dizendo que chegou a hora de eu conhecer o serzinho que abriguei dentro de mim por 9 meses. Comecei então a fazer força e a sensação era super estranha e as dores fortes. Depois de 3 contrações e fazendo força sentí um alivio enorme e um bonequinho rosado e chorando foi deixado em meus braços. Meu Deus, que sensação mágica e louca!!!!!!!!!!!!Depois de ter visto meu bebezinho e estar com ele em cima de mim, minha mãe foi chamada para cortar o cordão umbilical (O Nelsinho pediu que ela fizesse porque ele não gostaria de ver mais sangue ainda). Assim ela fez, o que tornou aquele momento ainda mais mágico. Depois de checarem o Nicholas ele voltou para nós e ficou conosco todo o tempo que ficamos no hospital. Foi esperado então expelir a placenta,essa parte nem sentí e foi então costurado o corte, essa parte eu sentí apenas as agulhadas da anestesia local. Fomos então para a nova parte da nossa vida, com nosso bonequinho amado, que já chegou com olhinhos abertos e espertinho.
O que eu posso falar do meu parto é que foi de uma forma totalmente inesperada. Sempre comentei que gostaria de ter anestesia, mas por ironia do destino não tive e hoje, passado uma semana do nascimento do Nicholas, tenho que agradecer a Deus ter sido um parto rápido (ao todo 10 horas de trabalho de parto, o que é rápido para um parto normal de primeiro filho) e um bebê saudável e amado que veio para nós. Agradecer também o fato de ter ao meu lado meu marido e minha mãe, o que fez tudo parecer mais fácil. Também a minha amiga Mara, que passou por parto normal e natural e falou todos os meses da gravidez: "Vai que você consegue". E conseguí mesmo, hoje me sinto mais forte e realizada, por ter sido algo que queria tanto.